segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dilma Rousseff participa de sabatina UOL, Folha de S.Paulo, SBT e Jovem Pan

Presidente Dilma explica por que guarda R$ 152 mil em dinheiro ''em casa''



 
Dilma diz que mensalão do PT é visto com '2 pesos e 19 medidas'

A presidente da República Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, afirmou que o mensalão petista "tem dois pesos e 19 medidas" durante a sabatina realizada nesta quarta-feira (28) pelo UOL, pela "Folha de S.Paulo", pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.

Ao ser questionada sobre corrupção no governo, a presidente comentou que o mensalão tucano não foi julgado.


"Da relação com o PT, tem dois pesos e umas 19 medidas, pois o mensalão foi julgado e o mensalão mineiro não foi. No nosso caso, nós tomamos todas as providências, não tivemos nenhum processo de interromper a Justiça, não pressionamos juízes nem engavetamos denúncias", declarou.


Durante o julgamento do mensalão do PT pelo STF (Supremo Tribunal Federal), ex-dirigentes petistas, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente da sigla José Genoino, foram condenados.


No caso do mensalão tucano, a Procuradoria Geral da República acusou o então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo de usar recursos públicos para financiar sua campanha à reeleição em 1998. Ele perdeu a disputa para Itamar Franco. Ao renunciar ao mandato de deputado federal neste ano, o processo contra Azeredo foi remetido à Justiça de Minas Gerais e não será mais julgado pelo STF.

A presidente disse ainda que os governos do PT tomaram as principais medidas para combater a corrupção no país e afirmou que apenas nas gestões petistas políticos de alto escalão envolvidos em esquemas de corrupção foram condenados.


"Demos autoridade para a Controladoria Geral da União e demos todos os instrumentos para ela atuar. Transformamos a prática da Polícia Federal numa prática investigativa respeitável. Criamos o Portal da Transparência, aprovamos a Lei de Acesso à Informação (...) Nomeamos um Ministério Público de forma independente e fomos o único governo que, na sua gestão, teve pessoas condenadas", afirmou Dilma.


Antes, a mandatária afirmou que "os homens e as mulheres não são os virtuosos" e "quem tem de ser virtuosos são as instituições", para evitar tentativas de corrupção.

ONGs e Lupi


A presidente afirmou que seu governo foi responsável pela regulamentação de convênios com ONGs e de uma nova tipificação administrativa. "Nós fizemos o processo todinho, o que a CGU (Controladoria-Geral da União) considerava não-conformidade vai estar fora da legalidade", defendeu.

Dilma desconversou quando foi perguntada se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não fez o mesmo durante sua gestão. "Meu querido, você que tá dizendo isso", respondeu ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT.


Sobre as suspeitas de envolvimento do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi (PDT), que pediu demissão em 2011 após reportagens sobre um esquema de propina a ONGs ligadas à pasta, Dilma afirmou que "não necessariamente todas as inconformidades são fruto de má gestão no sentido criminoso da palavra".  "Não vou concordar em chamar o ministro Lupi de um cara que fez mal feitos."


Durante a sabatina, que durou pouco mais de uma hora, a presidente falou ainda sobre inflação e crise econômica, criticou o banco Santander, que associou uma eventual vitória da petista a uma piora na economia e qualificou de "massacre" os ataques de Israel na faixa de Gaza. Ela disse ainda não se sentir "desgastada" com o episódio envolvendo a compra da refinaria de Pasadenanos EUA, quando a atual presidente chefiava o conselho de administração da Petrobras.




Computador do Planalto pôs elogios a Dilma em página da Wikipédia


Onze computadores do governo federal foram usados para alterar páginas da Wikipédia, enciclopédia on-line cujos textos podem ser editados livremente, como as do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), do Movimento Passe Livre e do ex-governador José Serra (PSDB-SP).

Levantamento da Folha com os endereços de IP registrados em nome do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e da Presidência da República mostra que artigos sofreram mudanças tanto para a inclusão de elogios e a retirada de críticas como para o inverso.

As edições, feitas entre 2008 e 2014, acabaram desfeitas por outros usuários, por infringirem regras de uso.

IPs são como uma "impressão digital" na internet, o que permite identificar ao menos a organização responsável pelo acesso. A Wikipédia registra todos os endereços do tipo que fazem alterações.

O caso mais relevante de edição ocorreu em dezembro de 2013, quando uma conexão de internet da Presidência foi usada para retirar trecho sobre suspeitas de corrupção na Funasa (Fundação Nacional da Saúde) quando Alexandre Padilha era diretor do órgão, e incluir elogio ao programa Mais Médicos.

"Com o sucesso do Mais Médicos Padilha se torna um dos pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo em 2014", dizia o texto.

Em 10 de junho de 2013, em meio aos protestos de rua liderados pelo MPL (Movimento Passe Livre), um IP do Serpro foi usado para alterar a página do grupo na Wikipédia.

A edição dizia que o MPL "se utiliza de protestos e, não raramente, depredação e violência para alavancar" reivindicações. Também afirmava que a tarifa zero ignora que "todo aumento de gasto público implica menos orçamento" para saúde e educação.

Em março de 2010, ano em que o ex-governador paulista José Serra (PSDB) concorreu à Presidência contra Dilma Rousseff (PT), um computador do governo federal foi usado para incluir críticas ao político na enciclopédia.

O trecho dizia que "se eleito presidente, [Serra] pretende, como uma de suas metas, acabar com todas as empresas estatais e sucatear todas as empresas públicas" -durante a campanha, o tucano negou ter esse objetivo.

Outras edições foram feitas em páginas como as da Lei Rouanet e do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), mas não tinham informações incorretas -foram retiradas por não seguir normas de padronização.

OUTRO LADO
A reportagem forneceu endereços de IP, datas e horários de acesso ao Serpro, junto a um pedido de identificação dos locais físicos em que esses IPs estão alocados.

O órgão disse que não poderia comentar o assunto por motivos legais, uma vez que a lei 5.615/70, que criou o Serpro, determina que a empresa e seus servidores "são obrigados a guardar sigilo quanto a elementos manipulados".

"A própria identificação e divulgação de órgão usuário do IP implicaria quebra de sigilo contratual, já que a empresa se compromete em garantir tratamento sigiloso para os dados e informações dos contratantes", disse a companhia federal em nota.

Questionada sobre o caso da página de Alexandre Padilha, a Presidência afirmou que não poderia se posicionar a tempo; sugeriu que o pedido fosse feito pela Lei de Acesso à Informação.





Fonte: UOL


A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição no pleito de outubro, participa nesta segunda-feira (28) da série de sabatinas realizadas pela Folha, pelo portal UOL (ambos do Grupo Folha), pelo SBT e pela rádio Jovem Pan. O evento está previsto para as 15h, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente, em Brasília, e terá transmissão ao vivo no UOL e no site da Folha.

Os candidatos da oposição Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) foram sabatinados na semana retrasada.

domingo, 27 de julho de 2014

Banco Central estimula crédito em até R$45 bi para conter desaceleração econômica

 Com o objetivo de estimular o mercado de crédito, num momento em que a atividade mostra fraqueza, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira redução no recolhimento de parte dos compulsórios e no requerimento de capital para risco de crédito ao varejo, medidas com potencial para injetar 45 bilhões de reais na economia.

Especialistas avaliam, no entanto, que as medidas não devem ter grande efeito na oferta de empréstimos.

"(As medidas) devem ter um impacto limitado no crescimento do crédito, uma vez que a recente desaceleração do crédito é alimentada pela pior percepção de risco de crédito, dada a visível desaceleração econômica e o risco de desemprego crescente", afirmou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.

No caso do compulsório (parte dos recursos dos bancos que fica depositada no BC, ou seja, fora de circulação), a autoridade monetária "decidiu adotar medidas com vistas a melhorar a distribuição da liquidez na economia", um dia após ter deixado claro que não pretende baixar a taxa básica de juro diante da inflação ainda pressionada.

O BC disse ainda, em nota, que a medida foi tomada levando em consideração a recente moderação na concessão do crédito, inadimplência relativamente baixa e menor nível de risco no sistema financeiro nacional.

Entre as medidas de compulsório, com potencial de liberar 30 bilhões de reais para uso no mercado de crédito, o BC permitiu que até 50% do recolhimento compulsório sobre depósito a prazo sejam cumpridos com novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas).

Em um segundo comunicado, o BC divulgou ajustes em critérios sobre o requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo, permitindo "alocação de capital mais compatível com o histórico de pagamentos da operação". O capital adicional requerido nas operações de crédito em função do prazo original de contratação passa a ser pelo prazo remanescente, isto é, até o vencimento.

Segundo o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, a medida relacionada ao crédito ao varejo tem potencial para liberar cerca de 15 bilhões de reais.

Os bancos têm mostrado mais cautela na oferta de empréstimos, diante do baixo crescimento do país e menor oferta de emprego. Para este ano, o BC prevê que o estoque total de crédito no Brasil crescerá 12%, menos do que os 14,7% em 2013.


Contradição?
As medidas de estímulo ao crédito foram divulgadas no dia seguinte ao BC ter deixado claro que não vai reduzir a Selic, atualmente em 11% ao ano, porque vê que o cenário inflacionário ainda está pressionado.

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na quinta-feira, o BC acabou lembrando as medidas macroprudenciais de 2010 o que, para alguns analistas, já era indicação de que alguma mudança poderia vir.

Com as alterações no compulsório e no requerimento de capital para risco de crédito no varejo, o BC estimula o mercado de financiamentos de forma mais pontual, evitando que uma ação mais ampla de política monetária acabe tendo impacto maior na economia.

"O BC não deve mexer na taxa de juros tão cedo... Está recorrendo às medidas macroprudenciais para prover algum alento ao mercado de crédito. As medidas ocorrem em boa hora, mas, dada a conjuntura adversa para o consumo, devem ter impactos limitados", afirmou em nota a equipe da Rosenberg Associados. 

Ramos, do Goldman Sachs, avalia que a tentativa de estimular o crédito com as medidas desta sexta-feira "em um ambiente ainda de inflação elevada pode minar a efetividade da política monetária e a busca contínua para desinflacionar a economia e realinhar a inflação para a meta".

Questionado se as medidas para crédito são contraditórias com a política monetária, o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC não respondeu.
A assessoria de imprensa do BC comunicou que as novas medidas "em nada alteram" as projeções de inflação da autoridade monetária. "(O BC) acabou de divulgar a ata (do Copom) onde consta a descrição do cenário para inflação. Além disso, cabe destacar, como está claro na ata, nesse cenário leva-se em conta a evolução esperada para o mercado de crédito", informou.

O BC estima que a inflação medida pelo IPCA fechará este ano a 6,4%, muito perto do teto da meta oficial --de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. Para 2015, o BC vê o índice em 5,7%.


Bancos aprovam
A redução em exigências em depósitos compulsórios e os menores requerimentos de capital para certas operações de financiamento anunciadas nesta sexta-feira pelo Banco Central foram recebidos com unânime aprovação pelos presidentes dos maiores bancos privados do país

"As medidas são muito positivas", disse à Reuters o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. "Terão efeito sobre a percepção dos bancos."

Em comunicado, o presidente-executivo do Santander Brasil, Jesús Zabalza, afirmou que as mudanças devem estimular a ampliação do crédito. "Avaliamos que devem ter reflexos positivos sobre a atividade econômica", disse.

Bradesco e Santander Brasil abrem na próxima quarta-feira a temporada de divulgação de resultados do setor bancário brasileiro no segundo trimestre. Previsões preliminares de analistas apontam que os bancos privados devem mostrar nova rodada de crescimento fraco dos financiamentos.

Entre as medidas anunciadas pelo BC está a permissão para que até 50% do recolhimento compulsório sobre depósito a prazo seja cumprido com novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas).

Trabuco calcula que só para o Bradesco essa medida vai liberar cerca de 6 bilhões de reais de recursos extras, que poderão ser empregados na oferta de empréstimos.

Noutra frente, o BC ajustou critérios de requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo, permitindo "alocação de capital mais compatível com o histórico de pagamentos da operação". O capital adicional requerido nas operações de crédito em função do prazo original de contratação passa a ser pelo prazo remanescente, isto é, até o vencimento.

"Para nós, essa flexibilização pode aumentar em pouco mais de 10 bilhões o crédito sem necessidade adicional de capital", disse Trabuco.

A desaceleração é liderada pelos bancos privados, que vêm avançando em ritmo equivalente a cerca de metade da média de Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
"Vejo de forma positiva as iniciativas, pois criam condições de aumentar o crédito em alguns segmentos do mercado onde a liquidez estava menos folgada", afirmou o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, em comunicado à imprensa.

Consultados, a Caixa e o Banco do Brasil não se pronunciaram. Reservadamente, uma fonte afirmou que as medidas são positivas, mas que o impacto ainda está sendo analisado.

sábado, 26 de julho de 2014

Cruz Vermelha: R$ 17 milhões em doações foram desviados para ONG

Dinheiro teria sido doado para ajudar em quatro campanhas humanitárias.
 Segundo auditoria, valores foram repassados para instituto no Maranhão.

A Cruz Vermelha brasileira anunciou nesta sexta-feira (25) que R$ 17 milhões em doações foram desviados para uma ONG no Maranhão, entre os anos de 2010 e 2012.

O dinheiro teria sido doado para ajudar em quatro campanhas humanitárias: para vítimas da chuva na Região Serrana do Rio, combate à dengue no Brasil, tsunami no Japão e para a Somália, que sofreu uma crise alimentar por causa da seca.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a auditoria que comprovou os desvios foi feita pela Moore Sthephens, uma consultoria independente com sede em Londres, a pedido da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha, que fica na Suíça.

Segundo a denúncia, todo esse dinheiro foi repassado para o Instituto Humanus, que fica em São Luís, e pertence a Alzira Quirino da Silva, mãe do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha Anderson Marcelo Choucino.

Ainda segundo o jornal, as transações bancárias eram feitas com assinatura eletrônica de Carmen Serra, ex-presidente da filial da Cruz Vermelha no Maranhão. Carmem é irmã de Walmir Serra Junior, presidente da Cruz Vermelha Nacional durante o período dos desvios.

Carmen Serra afirmou aos auditores que a filial maranhense emprestou suas contas bancárias para a Cruz Vermelha Nacional porque o órgão central tem dívidas trabalhistas e isso levaria a Justiça a confiscar o dinheiro das doações.

O atual secretário geral nacional da Cruz Vermelha confirmou que existem dívidas trabalhistas e que as doações costumam ser depositadas nas contas das filiais. Mas disse que o dinheiro não deveria ter chegado ao instituto.

O Jornal Nacional esteve no endereço indicado no site do Instituto Humanus, em São Luís, mas a ONG não funciona lá. A auditoria apontou também possíveis desvios de aproximadamente R$ 6 milhões de verbas públicas - a maioria do governo federal -  destinadas à gestão de unidades de saúde.

Segundo o secretário geral da Cruz Vermelha, todos os envolvidos na denúncia já foram afastados da instituição. O relatório da auditoria foi entregue à Delegacia Fazendária, que investiga o caso. Os atuais gestores disseram esperar que o dinheiro seja devolvido e chegue ao destino certo.

“Se esse dinheiro for reavido, ele vai imediatamente seguir para as vítimas, para os países onde nós nos comprometemos de que seriam beneficiados com doações”, afirma o coronel Paulo Roberto Costa e Silva, secretário geral nacional da Cruz Vermelha brasileira.
Em nota, o ex-vice-presidente da Cruz Vermelha Anderson Marcelo Choucino disse que não houve desvio de doações e que o relatório da auditoria chegou “a um resultado equivocado, confuso e tendencioso, que não traduz a verdade”. Também em nota, a presidente do Instituto Humanus, Alzira Quirino da Silva, disse que está perplexa com o nível de irresponsabilidade das denúncias e que adotará medidas judiciais cabíveis com urgência.

Por telefone, um funcionário da ONG não quis dizer onde o instituto funciona atualmente.
O ex-presidente nacional da Cruz Vermelha Walmir Serra Junior disse, por telefone, que não praticou nenhum ato indigno na instituição e que foi ele quem pediu a auditoria internacional. Carmen Serra, ex-presidente da Cruz Vermelha no Maranhão, não foi encontrada para comentar as denúncias.


 Após uma auditoria internacional comprovar o desvio de cerca de R$ 25 milhões de reais na Cruz Vermelha do Brasil, a organização relatou que pretende devolver de volta o dinheiro aos doadores e instituições. Os valores desviados são referentes às doações para as campanhas para socorrer vítimas das enchentes na região serrana no Rio de Janeiro, de prevenção à dengue, do tsunami no Japão e da seca na Somália.

Após denúncias em 2012 de que a organização estava sofrendo desvios em suas contas e problemas na gestão, uma nova diretoria foi eleita. O novo corpo administrativo optou por contratar uma empresa de auditoria inglesa, a Moore Stephens, que terminou encontrando as irregularidades no braço brasileiro da organização internacional.

As doações foram repassadas a uma ONG que pertence à mãe do vice-presidente da Cruz Vermelha na época. Outra parte das doações, no valor de R$ 523 mil, foi destinada a fundos de aplicação.

Fonte: R7

sexta-feira, 25 de julho de 2014

ESQUERDOPATAS





DEPOIS DE 55 ANOS DE VIDA, ENQUANTO PSIQUIATRA, PAREI PRA REFLETIR SOBRE O PERFIL PSICOLÓGICO DA IMENSA MAIORIA DOS ESQUERDOPATAS.




     O PERFIL PSICOLÓGICO DE ESQUERDISTAS

Foram péssimos estudantes, a maioria com várias repetições de ano. Mas são de família de classe média, onde sempre sofreram pressão pra “ser alguém na vida”. Como são preguiçosos, SEM DISCIPLINA e folgados; precisam arrumar um jeitinho pra se dar bem e se fazerem passar por coisas que NÃO SÃO: pensam ser! FINGIR QUE É CULTO, “engajado”, e “crítico” rende pontos.

Assim, prestam vestibular sem concorrência, de preferência em um curso de Geografia, Ciências Sociais e História.

Então, começam sua carreira de charlatanismo. Alguns pouquíssimos estão em cursos como Direito, Medicina, Engenharia; mas, como não são chegados a estudar, terminam por trancar a matrícula ou mudam de Curso.

E, muito  dificilmente, se enturmam quando tentam esses Cursos acima e assemelhados.
Ali, na universidade, encontram todas as FERRAMENTAS: professores barbudinhos, livros de esquerda, palestras com “doutores” no assunto; e até o assédio de políticos “guerreiros” do PT, do PC do B et caterva. É claro que não estudam nada! Vivem o tempo todo no DCE, ligam-se à UNE, deitados no chão, passeando no campus com aquelas mochilas velhas, calças cargo, sandálias de couro e CABELOS ENSEBADOS.

Alguns começam a se INFILTRAR NOS SINDICATOS E NAS REUNIÕES DOS SEM-TERRA. Já começam a se achar revolucionários e reserva intelectual das massas proletárias exploradas; e também das causas revolucionárias.

Assim, se passam por intelectuais, cultos, moderninhos, e diferentes.

Sentem-se mais seguros para atacar as mulheres, achando que elas são  doidas por esse TIPO DE GENTE. Começam a ver os amigos que estão trabalhando ou cursando Engenharia, Direito, Medicina ou administração como pobres coitados que não tiveram a chance da “ILUMINAÇÃO”.

 COMO NÃO TRABALHAM e vivem apenas da mesada, estão sempre sem grana.

Aí começa a brotar a INVEJA, o ÓDIO de quem se veste um pouco melhor ou tem um carrinho popular. Estes, são os chamados “porcos capitalistas” ou “burgueses reacionários”! Começam uma fase ainda mais ALOPRADA da vida quando passam a ouvir Chico Buarque e músicas andinas. Nessa fase, já começam a pensar em se tornar terroristas, lutar ao lado dos norte-coreanos, admiram Cuba e, muitos deles, apoiam o Irã e NÃO ACREDITAM NO HOLOCAUSTO JUDEU! Fingem esquecer do episódio do Muro de Berlim e da queda do comunismo na antiga União soviética. Não usam mais desodorante. 



Mas, é claro que o que querem não é a revolução, isso é apenas uma desculpa. COMO SÃO INCOMPETENTES pra quase tudo, até mesmo para bater um prego na parede, e como sentem vergonha de fazer trabalhos mais simples, POR SEREM ARROGANTES o suficiente para não começar por baixo, querem saltar etapas. QUEREM, no fundo, a coisa que todo esquerdista (ESQUERDOPATA!) mais deseja, mesmo que de forma sublimada: UM EMPREGO PÚBLICO! Mas, aí surge um outro problema: é a coisa mais difícil passar em um concurso! É PRECISO ESTUDAR (argh!).

Por isso, SONHAM com a “revolução” proletária, com a tomada do poder por uma elite da esquerda, nas quais eles estão incluídos, obviamente, afinal são da mesma TRIBO! Consequentemente, ocuparão, POR INDICAÇÃO, UM CARGO COMISSIONADO EM ALGUMA REPARTIÇÃO QUALQUER , onde ganharão um bom salário para poder aplicar seus "vastos e necessários conhecimentos" adquiridos durante anos na luta pela derrubada do SISTEMA CAPITALISTA imundo.

NESSA FASE, mudam e se contradizem: cortarão o cabelo, usarão terno, passarão a apreciar bons vinhos e restaurantes. E, dependendo do cargo que ocuparão, até motorista particular terão! E, SEM DÓ, ENFIARÃO A MÃO – E COM MUITO TESÃO – no dinheiro dos cofres da NAÇÃO!!! Claro, que pela nobre causa socialista e para o bem dos trabalhadores, POSTURA SEM NOÇÃO!





EDSON F. NASCIMENTO -


PSIQUIATRA E PSICOTERAPEUTA -

quinta-feira, 24 de julho de 2014

PAINEL DE CURTAS, DIVERSAS E DIVERTIDAS: curta!

Você me abandonou O PT do Rio é um pote até aqui de mágoa com Dilma Rousseff. Aliados de Lindberg Farias estão revoltados com o que chamam de boicote à sua candidatura ao governo do Estado. A presidente, que evita aparecer ao lado do senador, jantará hoje com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e prefeitos aliados. O encontro será em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, reduto eleitoral de Lindberg. Os petistas veem a escolha da cidade como “provocação” do Planalto.

Olha o bico dele
Os petistas dizem que o PMDB já embarcou no voto “Aezão” e está comprometido com o tucano Aécio Neves. “Só a campanha da Dilma não vê que o apoio do Pezão é falso”, diz o presidente estadual do partido, Washington Quaquá.

Não é o Baixinho
Para o PT fluminense, as críticas de Romário (PSB-RJ) a Dilma têm sido usadas como pretexto para justificar a preferência pelo peemedebista. O ex-craque é candidato ao Senado na chapa de Lindberg.

Lista tríplice
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, vai se reunir amanhã com o candidato do partido no Rio. Mas também falará com seus rivais Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).

Jogando contra A cúpula do PMDB identificou pressão para que prefeitos do partido faltem ao jantar com Dilma. O presidente estadual da sigla, Jorge Picciani, é o líder do movimento “Aezão”.

Clube do bolinha Na corrida ao Senado, Romário é franco favorito entre os eleitores do sexo masculino. Ele atinge 38% das intenções de votos dos homens, contra 22% de Cesar Maia (DEM). Entre as mulheres, o ex-prefeito é quem vence: 25% a 21%.

Geração tetra O ex-craque tem seu melhor desempenho entre entrevistados de 25 a 34 anos, com 36% no Datafolha. Esses eleitores eram crianças quando ele foi eleito o melhor jogador do mundo e ergueu a Copa de 1994.

Sonho meu Azarão na disputa entre Romário e Cesar Maia, o pedetista Carlos Lupi espera ter apoio de Dilma, que o demitiu do Ministério do Trabalho na “faxina” de 2011. “Não que eu seja grande coisa, mas meus adversários são piores…”, diz.

Depois cresce Na reunião de terça-feira com partidos aliados, Dilma reconheceu o cenário difícil para a economia até o fim do ano, mas estabeleceu como meta de um eventual segundo mandato uma expansão do PIB de 2,5% a 3% ao ano.

Lavradora A presidente disse que a prioridade até dezembro é plantar sementes para os próximos quatro anos, mantendo emprego e inflação dentro das metas.

Balcão O comitê de Dilma reunirá hoje líderes regionais de 22 Estados. Foram convidados prefeitos de capitais como Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza e Macapá.

Não é com ele Aliados de Eduardo Campos (PSB) repetiam ontem que o relato do deputado José Augusto Maia (Pros) sobre oferta de propina para apoiar seu aliado Paulo Câmara (PSB) é “questão local” de Pernambuco.

Nem com a gente
Na contramão da campanha presidencial, aliados de Câmara diziam que a negociação com o Pros foi conduzida pela bancada do PSB no Congresso, e não por líderes locais.

Sambista de toga Após libertar os 23 ativistas acusados de planejar protestos violentos, o desembargador Siro Darlan citou no Facebook o Hino da Proclamação da República: “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós”. No Rio, o refrão é mais lembrado pelo samba da Imperatriz Leopoldinense em 1989.

TIROTEIO
“Políticos oferecendo dinheiro uns aos outros em troca de apoio nas eleições? Que coisa, parece até que nós estamos no Brasil…”
DE CLAUDIO WEBER ABRAMO, diretor-executivo da Transparência Brasil, sobre acusação de José Maia (Pros-PE) de propina para apoiar o PSB em Pernambuco.

CONTRAPONTO
Sem bola de cristal
Ariano Suassuna, que morreu ontem no Recife, era amigo e eleitor de Eduardo Campos (PSB). Prometia ajudá-lo na campanha, mas não se arriscava a fazer previsões eleitorais. Em 2013, o jornalista Fabio Victor quis saber se ele via chance concreta de o afilhado se eleger.
—Isso eu não sei não —desconversou o escritor, lembrando o dia em que um repórter pediu ao compositor Capiba que previsse o resultado de jogo do Santa Cruz.
—O jornalista perguntou: “E qual vai ser o placar?”. Aí ele disse: “Me telefone segunda-feira”. Me telefone no dia seguinte à eleição que eu digo!



FONTE: Uol

terça-feira, 22 de julho de 2014

Aécio já é o favorito para vencer as eleições, dizem especialistas

Para o cientista político Fábio Ostermann, empate técnico veio muito antes do que ele imaginava; diretor da Nomura Securities vê Aécio crescer nos próprios tropeços de Dilma

SÃO PAULO - O cenário que se desenhou nas últimas duas pesquisas Datafolha e Sensus não apresentaram boas notícias para Dilma Rousseff. Apesar de, no primeiro turno, ela e seus adversários ainda apresentarem movimentos ainda dentro da intenção de voto, quando colocado num cenário de segundo turno a diferença entre a presidente atual e os seus principais adversários caiu drasticamente.

O Datafolha mostra bem essa dinâmica: se em fevereiro a simulação do 2º turno colocava Dilma com 54% das intenções de voto contra 27% de Aécio Neves (PSDB), na pesquisa divulgada semana passada esse placar mudou para 44% x 40% - considerando a margem de erro de dois pontos percentuais, caracteriza-se como um "empate técnico". No cenário contra Campos, Dilma aparece com 45% ante 38% do governador pernambucano, enquanto o número era de 55% contra 23% em fevereiro. O quadro se repetiu no Sensus divulgado no final de semana, que apontou empate técnico entre Dilma e Aécio por 36,3% a 36,2% no segundo turno.

Fábio Ostermann, cientista político pela norte-americana Universidade de Georgetown e pela alemã International Academy for Leadership, afirmou que o empate técnico do segundo turno veio muito antes do que ele imaginava, porque o candidato do PSDB ainda é desconhecido por quase 25% do eleitorado. “A força de Aécio vem ainda sendo intensificada pela incapacidade de Eduardo Campos, o outro candidato da oposição, que segue preso na mesma taxa de intenção de voto no primeiro turno de um ano atrás", diz Ostermann, ressaltando que Campos está quase empatado com o Pastor Everaldo (PSC), levando em conta a margem de erro.

FONTE: InfoMoney

sábado, 19 de julho de 2014

Entrevista de Dilma à Al Jazeera pode indicar um princípio de rompimento da presidente com a realidade.

O povo brasileiro ainda nem se refez do maior vexame em cem anos do futebol brasileiro, e eis que ressurge Dilma Rousseff, no noticiário, a dar uma opinião: segundo ela mesma, o povo brasileiro deveria lhe dar um segundo mandato. A afirmação foi feita em entrevista à TV Al Jazeera, do Catar, aquela emissora que pertence a um tirano influente e que costuma sair por aí insuflando revoltas árabes — menos no Catar, é claro, que, de resto, financia extremistas mundo afora. Mas sigamos.

Disse a governanta: “Eu acredito que o povo brasileiro deve me dar oportunidade de um novo período de governo pelo fato de que nós fazemos parte de um projeto que transformou o Brasil”. E prosseguiu: “O Brasil tinha 54% de sua população entre pobres e miseráveis em 2002. Hoje, todos aqueles que vivem na classe C para cima representam 75%, três em cada quatro brasileiros. Nós transformamos a vida dessas pessoas. O Brasil mudou de perfil e foi feito isso com a democracia vigente”.

Por esse especioso raciocínio de Dilma, o Plano Real, por exemplo, que pôs fim à hiperinflação não mudou o Brasil — o mesmo Plano Real contra o qual o PT lutou bravamente. Mais do que isso: recorreu ao Supremo contra ele e também contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Quanto a essa tal classe C, já passou da hora de desmistificar essa falácia.

O oficialismo inventou a tal nova classe média. Segundo a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), são as famílias com renda per capita, atenção!, entre R$ 300 e R$ 1.000. Um casal cujo marido ganhe o salário mínimo (R$ 724) — na hipótese de a mulher não ter emprego — já é “classe média” — no caso, baixa classe média (com renda entre R$ 300 e R$ 440). Se ela também trabalhar, recebendo igualmente o mínimo, aí os dois já saltarão, acreditem, para o que a SAE considera “alta classe média” (renda per capita entre R$ 640 e R$ 1.020). Contem-me aqui, leitores, como vive e onde mora que tem renda per capita de R$ 640! O aluguel de um único cômodo na periferia mais precária não sai por menos de R$ 250… Segundo a SAE, renda per capita acima de R$ 1.020 já define classe alta. Na minha casa, somos da classe alta os que aqui moramos e a nossa empregada, além de todos os porteiros do prédio.

Desde que chegou ao poder, o PT vem se dedicando, já escrevi aqui, com a preciosa colaboração teórica dos chamados “economistas da pobreza”, a criar a classe média por decreto e a erradicar a miséria por decreto. Dilma está a um passo de declarar o Brasil um país “sem miseráveis”. Está por um triz. E como isso foi feito? Inventou-se a existência de milhões de pessoas que estariam na “pobreza extrema”, as famílias com renda per capita de até R$ 70 mensais — R$ 2,33 por dia. Caso se faça um levantamento a sério, vai-se constatar que essas pessoas até podem existir no campo (e olhem lá!) — na cidade, não! Na zona rural, acabam sobrevivendo porque, ainda que precariamente, produzem parte do que comem. Nas cidades, fazendo bico aqui e ali, a renda é maior do que isso. Muito maior! Mesmo a daqueles oficialmente listados entre os extremamente miseráveis. Os pobres desgraçados do crack, que já estão sem casa, sem calçado, quase sem roupa, têm renda superior a R$ 2,33 por dia. Sabem por quê? Cada pedra custa de R$ 5 a R$ 10! O que estou dizendo é que existe uma economia informal que eleva essa renda. A propósito: se formos considerar o número de pedras consumidas nas cracolândias da vida e o que isso significa em termos de renda, vamos concluir que aquela gente que vaga como zumbi pelas ruas compõe a classe média alta, segundo o oficialismo. É uma piada!

Maluquice

A presidente entrou numa espécie de surto megalômano. Ela reconhece as dificuldades econômicas do país e afirma: “Temos tomado todas as medidas para entrar em um novo ciclo. Temos que melhorar a produtividade da economia brasileira. Nós estamos numa fase de baixa de ciclo econômico, mas sabemos que vamos entrar em outra fase do ciclo. Estamos nos preparando para melhorar a competitividade do país, aumentar as condições pelas quais nós vamos poder enfrentar essa nova etapa. Se não entrar para o resto do mundo [fase econômica], eu lhe asseguro que entra para o Brasil”.

Heeeinnn?

A presidente inventou o Brasil como uma ilha. Há uma boa possibilidade de o país crescer menos de 1% neste 2014, e a nossa soberana, ora vejam, diz que, se o resto do mundo não seguir o nosso país, iremos sozinhos. É patético!

Como se fosse uma candidata da oposição, afirma: “O Brasil é um país que tem demorado muito para modernizar seu Estado. Nós precisamos de um pais sem burocracia, de um Estado mais amigável tanto para os cidadãos quanto para os empresários, empreendedores e trabalhadores”.

É mesmo? O PT está no poder há 12 anos. A última iniciativa da soberana para modernizar o estado foi fazer um decreto que entrega a gestão da coisa pública a conselhos populares. Tenham paciência!

Por Reinaldo Azevedo
Fonte: Veja
  

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O correto uso do papel higiênico

Esta foi a última coluna escrita por João Ubaldo Ribeiro, que seria publicada no dia 20 de julho


O título acima é meio enganoso, porque não posso considerar-me uma autoridade no uso de papel higiênico, nem o leitor encontrará aqui alguma dica imperdível sobre o assunto. Mas é que estive pensando nos tempos que vivemos e me ocorreu que, dentro em breve, por iniciativa do Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que sejam baixadas normas para, em banheiros públicos ou domésticos, ter certeza de que estamos levando em conta não só o que é melhor para nós como para a coletividade e o ambiente. Por exemplo, imagino que a escolha da posição do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 3.28 por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas, segundo aprendi outro dia, num programa de tevê.

Tudo simples, como em todas as medidas que agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos que nos rondam, inclusive nossos próprios hábitos e preferências pessoais. Nos banheiros públicos, como os de aeroportos e rodoviárias, instalarão câmeras de monitoramento, com aplicação de multas imediatas aos infratores. Nos banheiros domésticos, enquanto não passa no Congresso um projeto obrigando todo mundo a instalar uma câmera por banheiro, as recém-criadas Brigadas Sanitárias (milhares de novos empregos em todo o Brasil) farão uma fiscalização por escolha aleatória. Nos casos de reincidência em delitos como esfregada ilegal, colocação imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o nariz ou enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, os culpados serão encaminhados para um curso de educação sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia mesmo.

Agora me contam que, não sei se em algum estado ou no país todo, estão planejando proibir que os fabricantes de gulodices para crianças ofereçam brinquedinhos de brinde, porque isso estimula o consumo de várias substâncias pouco sadias e pode levar a obesidade, diabetes e muitos outros males. Justíssimo, mas vejo um defeito. Por que os brasileiros adultos ficam excluídos dessa proteção? O certo será, para quem, insensata e desorientadamente, quiser comprar e consumir alimentos industrializados, apresentar atestado médico do SUS, comprovando que não se trata de diabético ou hipertenso e não tem taxas de colesterol altas. O mesmo aconteceria com restaurantes, botecos e similares. Depois de algum debate, em que alguns radicais terão proposto o Cardápio Único Nacional, a lei estabelecerá que, em todos os menus, constem, em letras vermelhas e destacadas, as necessárias advertências quanto a possíveis efeitos deletérios dos ingredientes, bem como fotos coloridas de gente passando mal, depois de exagerar em comidas excessivamente calóricas ou bebidas indigestas. O que nós fazemos nesse terreno é um absurdo e, se o estado não nos tomar providências, não sei onde vamos parar.

Ainda é cedo para avaliar a chamada lei da palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser denunciado à polícia e até preso. Mas, antes disso, é intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico. Se, ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, tornando-se mais abrangente. Para citar uma circunstância em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que a tortura física, seja lá em que hedionda forma — chinelada, cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote —, muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica. Que terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa maneira desumana, tem que ser coibido, nada de aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a ver com os problemas dos adultos, polícia neles.

Sei que esta descrição do funcionamento da lei da palmada é exagerada, e o que inventei aí não deve ocorrer na prática. Mas é seu resultado lógico e faz parte do espírito desmiolado, arrogante, pretensioso, inconsequente, desrespeitoso, irresponsável e ignorante com que esse tipo de coisa vem prosperando entre nós, com gente estabelecendo regras para o que nos permitem ver nos balcões das farmácias, policiando o que dizemos em voz alta ou publicamos e podendo punir até uma risada que alguém considere hostil ou desrespeitosa para com alguma categoria social. Não parece estar longe o dia em que a maioria das piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar uma espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e suspeitando de estranhos. Temos que ser protegidos até da leitura desavisada de livros. Cada livro será acompanhado de um texto especial, uma espécie de bula, que dirá do que devemos gostar e do que devemos discordar e como o livro deverá ser comentado na perspectiva adequada, para não mencionar as ocasiões em que precisará ser reescrito, a fim de garantir o indispensável acesso de pessoas de vocabulário neandertaloide. Por enquanto, não baixaram normas para os relacionamentos sexuais, mas é prudente verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não resultará na cassação de seus direitos de cama, precatem-se.

João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) era escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Fundos de pensão só atingem 17% da meta

BRASÍLIA — A crise nos fundos de pensão das estatais acendeu um sinal de alerta na equipe econômica. De forma reservada, técnicos criticam os investimentos das entidades em ativos de retorno imprevisível e demorado. Em 2013, o desempenho dos fundos de pensão ficou muito abaixo da meta atuarial fixada para o sistema. De acordo com dados inéditos da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), as entidades conseguiram uma rentabilidade média de 2,02% no ano passado, só 17,36% da meta fixada para o ano: 11,63%, que equivale à taxa de juros real de 5,75% ao ano, mais o INPC acumulado de 5,56%.

A avaliação de técnicos da área econômica é que dificilmente esse resultado será revertido em 2014, e, assim, o setor caminha para o terceiro ano seguido de déficit. Conforme prevê a legislação dos fundos, essa conta terá que ser dividida entre os planos de previdência e os participantes.

Falhas na gestão e interferência política para viabilizar projetos de interesse do próprio governo são apontados por fontes da área econômica como causas dos problemas nesses fundos, combinadas com dificuldades relacionadas à crise econômica. Os déficits em cadeia têm como principais vítimas os aposentados, que veem seus rendimentos encolherem com a crise dos fundos.

Caixa questiona investimentos

A funcionária aposentada da Caixa Econômica Federal, Olga Marinho Costa, 69 anos, reclama que, depois de 31 anos de serviço, precisou continuar trabalhando com artesanatos para complementar a renda da família. Ela contou que contribuiu para receber uma aposentadoria complementar de 10 salários mínimos e que ganha da Funcef cerca de R$ 3 mil:
 — É um absurdo o que estão fazendo com a gente. Vejo falar que estão financiando coisas que não prestam, e nosso dinheiro está indo embora.

Edimur Morais, aposentado pela Sistel, fundo de pensão do sistema Telebrás, calcula perda real de 20% da renda desde que se aposentou até agora. Segundo ele, há casos de colegas que perderam cerca de R$ 3 mil mensais nos últimos dois anos.

Com um patrimônio de R$ 680,4 bilhões e planos de benefícios que envolvem 6,480 milhões de participantes (ativos e inativos), os fundos de pensão fecharam 2013 com déficit de R$ 21,86 bilhões, mais do que o dobro do rombo registrado em 2012, que foi de R$ 9,07 bilhões.

Dois dos maiores fundos de pensão das estatais — Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Petros (da Petrobras) — estão com déficit e terão que apresentar um plano para solucionar o problema. A Previ (do Banco do Brasil) teve superávit, mas deixará de pagar bônus por lucratividade neste ano, diante das perdas com aplicações na bolsa.

A Funcef teve em 2013 déficit de R$ 3,116 bilhões, após rombo de R$ 1,371 bilhão em 2012. A entidade acreditava em resultado positivo este ano, mas já está convencida que não será possível. O presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, avisou sobre a necessidade de aporte de recursos pelos empregados e pela Caixa para cobrir o déficit.

Auditores da Caixa questionam os investimentos na Invepar (Petros, Previ e construtora OAS, além da Funcef), sócia do consórcio que levou o aeroporto de Guarulhos com ágio astronômico e sem retorno à vista devido às exigências contratuais na primeira fase da concessão. A empresa ganhou a concessão da BR-040 (Brasília-Juiz de Fora), que terá que ser duplicada em cinco anos. Segundo os auditores, o retorno está R$ 200 milhões abaixo da meta atuarial, considerando os últimos três anos.

O investimento de R$ 455 milhões da Funcef na usina de Belo Monte, que teve o início da operação adiado, é criticado. Outra aplicação questionada é a participação da entidade (via fundos) na empresa Sete Brasil Participações S.A , que atua no mercado de sondas do pré-sal. Auditores independentes apontaram excesso de passivos sobre ativos em R$ 8,256 milhões em dezembro de 2013, indicador de insolvência. A participação da Funcef na Desenvix Energias Renováveis, que explora pequenas centrais hidrelétricas, parques eólicos e biomassa; e na empresa Eldorado Celulose S.A, do grupo JBS, são também investimentos com rentabilidade abaixo da meta.

Relatório de auditores independentes sobre as contas da Petros de 2013 apontou insuficiência de recursos para o custeio administrativo dos planos de benefícios. A entidade encerrou o ano passado com déficit de R$ 2,3 bilhões.

Fundos pressionam por mudança na lei

Ronaldo Tedesco, representante dos trabalhadores da Petrobras na Petros, critica os investimentos na Invepar. Ele diz que a construtora OAS é beneficiada, pois participa de concorrências públicas ancorada nos fundos. Os trabalhadores também reclamam que a Petros aplicou cerca de R$ 300 milhões na Lupatech (prestadora de serviços no segmento de petróleo), que está em situação de falência:
— Esses investimentos são de interesse do governo, que se aproveita da influência sobre os fundos. A pergunta é, se os investimentos que os diversos governos têm indicado para a Petros derem errado, a União garantirá a meta atuarial dos planos? Ou vão nos deixar a ver navios afundando?

Ele também citou as aplicações da Petros em bancos com dificuldades, como BVA, Morada, Cruzeiro do Sul e no grupo Galileo (Universidade Gama Filho, que faliu). No próximo mês, a provisão de calote nessas aplicações deverá ficar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, segundo Tedesco.

Diante dos problemas, os fundos de pensão pressionam o governo para alterar a lei, que exige um plano de saneamento, se o rombo ocorrer por três anos seguidos. A proposta é flexibilizar a regra, conforme o fluxo de pagamento das aposentadorias.





FONTE: O Globo

terça-feira, 1 de julho de 2014

Sarkozy é detido em investigação por suposto tráfico de influência

 

Polícia investiga se ex-presidente prometeu cargo em troca de informações.
Ele deve ficar detido por 24 horas para prestar esclarecimentos no caso.

O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi detido para um interrogatório nesta terça-feira (1º) e colocado sob custódia da Polícia Judiciária de Nanterre, cidade próxima a Paris, pelas suspeitas de sua relação em um caso de tráfico de influências e violação do sigilo da investigação.


Segundo a imprensa francesa, os agentes o colocaram em regime de "garde à vue" (prisão preventiva), uma medida inédita para um ex-presidente e durante a qual ficará detido pela Polícia Judiciária, com direito à assistência jurídica, o que permite que seja interrogado em até 48 horas.




Ao fim do interrogatório, Sarkozy pode ser liberado sem acusações ou transferido a um juiz de instrução para o início de um processo.


Os investigadores tentam determinar se o ex-chefe de Estado e algumas pessoas de seu entorno criaram uma "rede" de informações que o deixava a par da evolução dos processos judiciais que o envolviam entre 2007 e 2012.

Sarkozy chegou à sede policial pouco depois das 8h locais (3h de Brasília) e um dia depois que foram interrogados seu advogado, Thierry Herzog, e dois juízes do alto escalão da Corte de Apelação francesa, Gilbert Azibert e Patrick Sassoust, que permanecem em regime de prisão preventiva.


Azibert, que é ligado ao advogado do ex-presidente, é suspeito de receber informações de conselheiros do Supremo Tribunal francês sobre os avanços na investigação do suposto financiamento ilegal da campanha que levou Sarkozy à Presidência.


De acordo com essa tese, o defensor de Sarkozy prometeu ao magistrado, em contrapartida, que o ex-presidente o ajudaria a conseguir um cargo na administração de Mônaco.


O caso investiga, entre outros assuntos, se Sarkozy recebeu financiamento ilegal para sua campanha presidencial por parte da multimilionária herdeira do grupo de cosméticos L'Oréal, Liliane Bettencourt, e do deposto ditador líbio Muammar Kadafi.


A investigação estava relacionada, originalmente, com as averiguações iniciadas em abril de 2013 para determinar se parte da campanha que levou Sarkozy à Presidência foi financiada pelo regime líbio.


Além disso, como parte de uma investigação iniciada em 26 de fevereiro, os investigadores querem apurar se Sarkozy foi informado ilicitamente de que a justiça havia autorizado a escuta de suas conversas telefônicas.


A decisão sobre a escuta nos telefones de Sarkozy foi tomada em setembro do ano passado pelo juiz que investiga as acusações de que o então dirigente líbio Muamar Kadhafi financiou a campanha eleitoral do conservador em 2007.


Sarkozy, de 59 anos, foi derrotado nas eleições de 2012 pelo socialista François Hollande.


A atual investigação pode complicar seriamente qualquer tentativa de retorno ao cenário político, nas eleições de 2017.

 FONTE: G1