sexta-feira, 22 de agosto de 2014

MP pede apuração no tesouro e no BC sobre pedaladas

Procurador quer que TCU investigue principalmente o adiamento de repasses do governo à Caixa para pagamento de benefícios.

BRASÍLIA - O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu ontem uma investigação do órgão no Banco Central e Tesouro Nacional para apurar as chamadas "pedaladas fiscais" nos repasses do governo aos bancos responsáveis pelos pagamentos de benefícios sociais e previdenciários.

As "pedaladas" são os atrasos do Tesouro na transferência de recursos aos bancos, que, por lei ou contrato, continuam pagando em dia os beneficiários. O Ministério Público vê possível "maquiagem" no cálculo das contas públicas federais.

O procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do MP junto ao TCU, apresentou uma representação solicitando ao tribunal uma inspeção no Banco Central e no Tesouro para identificar todos os valores e  MP pede apuração no Tesouro e no BC sobre 'pedaladas'

Ao atrasar os repasses, o Tesouro estaria elevando o endividamento público e, com isso, o Banco Central, que apura o resultado fiscal, poderia inserir na conta esses descompassos no sistema.

Se for confirmado que essas antecipações configuram empréstimos dos bancos à União, relatou o procurador na representação aberta ontem, será preciso identificar os responsáveis para prestar esclarecimentos e serem punidos, em caso de condenação.

No entendimento do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal, como a Caixa Econômica Federal, e o Tesouro é vedada pelo artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Antecipação de receita. O procurador também apontou que as "pedaladas" podem ser enquadradas como "antecipação de receitas orçamentárias", o que, segundo o artigo 38 da LRF, é "proibido no último ano de mandato do presidente, governador ou prefeito municipal".

Na representação, o Ministério Público junto ao TCU aponta as razões do Tesouro para efetuar as "pedaladas" nas contas fiscais. "Ao que parece, o objetivo de colocar em prática referido procedimento seria melhorar o resultado primário do governo federal, tornando-o mais superavitário ou menos deficitário", escreve o procurador do MP .

"Ao que parece, o Banco Central, por intermédio de seu Departamento Econômico, não está, no momento em que apura o resultado fiscal do setor público, registrando os passivos, ou registrando adequadamente as variações no saldo das obrigações do Tesouro junto aos bancos", diz o MP.

Conta não registrada. O procurador do MP junto ao TCU cita também o "caso dos R$ 4 bilhões", encontrados pelo Banco Central em uma conta em separado de um banco privado nacional em maio. O artifício, revelado pelo Estado, auxiliou as contas públicas. O dinheiro, referente a um crédito da União carregado pelo banco privado nacional, foi incorporado pelo Banco Central nas contas, o que reduziu o déficit primário de maio de R$ 15 bilhões para R$ 11 bilhões.

Procurada, a Caixa afirmou que o atraso do Tesouro "não se trata de financiamento nem de descumprimento de legislação”.


FONTE: Estadão

2 comentários:

  1. PEDALADAS....é a mágica do Tesouro e do BACEN....

    Será que a PREVI não estaria sendo "pedalada" pelo BB, ao pagar mensalmente os benefícios (BET, inclusive, quando havia antes de 2014) aos seus aposentados e pensionistas" PRÉ-1967" cuja responsabilidade é exclusiva do Banco do Brasil ?

    A PREVI precisa publicar, de imediato seus Balanços do 2º semestre de 2014.
    Já o BB publicou e incluiu uns R$ 800 milhões a receber da PREVI "oportunamente", ao findar o PB1.

    Sai de perto, urubu - olhos e mãos grandes - BB-Guloso.

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    1. E porque você acha que eu divulguei esta matéria?

      E vai piorar!!!

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