quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Após apoiar Serra em 2010, Economist pede voto em Aécio

A revista britânica "The Economist" defendeu o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, em artigo publicado nesta quinta-feira (16), 11 dias antes das eleições.

"Neves merece vencer. Ele fez uma campanha persistente e provou que pode fazer suas políticas econômicas funcionarem", disse a publicação.
Em 2012, a Economist foi criticada pela presidente Dilma Rousseff após a revista pedir a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No ano seguinte, a publicação voltou a fazer duras críticas ao PT e comparar Dilma à presidente argentina Cristina Kirchner –pelo que disse ser demasiada interferência na economia do país. 

Um artigo publicado pouco antes do segundo turno das eleições em 2010, a revista defendia o então candidato do PSDB José Serra, dizendo que ele "seria um presidente melhor do que Dilma Rousseff". 
 Revista Economist

MUDANÇA
O artigo desta quinta, intitulado "Por que o Brasil precisa de mudança", a revista volta a afirmar que a promessa de crescimento deixada pelo governo Lula deixou de ser cumprida. E diz que, após os protestos "era de se esperar que os brasileiros dispensassem Dilma já no primeiro turno". 

Aécio Neves, de acordo com a Economist, "está tendo dificuldades em persuadir os brasileiros mais pobres de que as reformas que ele defende –de que o país necessita urgentemente– irão beneficiá-los, e não prejudicá-los". "Se o Brasil quiser evitar outros quatro anos à deriva, é vital que ele consiga fazê-lo", afirma. 

O principal trunfo de Dilma, segundo a revista é "a gratidão popular pelo pleno emprego, maiores salários e uma série de programas sociais eficientes –não só a transferência de renda do Bolsa Família, mas casas a preços populares, bolsas estudantis e programas de eletricidade e água no Nordeste". 

"São verdadeiras conquistas. Mas ao lado delas estão erros maiores, mas pouco palpáveis, na economia e na política". A Economist defende as propostas de Aécio para a condução da política econômica e diz que ele é assessorado por uma equipe "impressionante", citando o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga. 

De acordo com a publicação, a campanha de Dilma tem se beneficiado de "falhas de Neves como candidato", como a suspeita gerada pela descoberta de gasto de dinheiro público na construção do aeroporto em Cláudio (MG), em terras de um parente, mas afirma que, "com sorte", o apoio de Marina Silva ajudará a elegê-lo.

CONTEXTO
 
"É de se esperar, porque é uma revista de posicionamento liberal, economicamente falando", disse o economista e professor da ESPM Roberto Simonard. 

"A política da Dilma é mais intervencionista do que a do Lula e a Economist acha que este maior grau de intervenção seria o responsável pelo Brasil estar apresentando menores índices de crescimento. Junte-se a isso o fato de que Armínio Fraga, cotado como ministro da Fazenda de Aécio, é alguém muito respeitado no exterior." 

Simonard diz não acreditar que o artigo poderá ter impacto entre os eleitores brasileiros. "Pouca gente lê The Economist. Mesmo que a campanha de Aécio use o artigo, isso é algo que tem dois lados. Pode ser visto como uma coisa positiva ou negativa, por ser considerado intervenção estrangeira", diz. 

No início de outubro, a revista de economia americana Forbes publicou, em seu portal online, um artigo dizendo que "o Brasil está melhor" após Dilma e que ela deverá fazer as mudanças necessárias na política econômica. Um mês antes, a mesma revista havia chegado a listar "cinco razões pelas quais a presidente Dilma Rousseff não deve ser reeleita", mas voltou atrás.







































































































































































































































































































































































































































































































































































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POLÍTICA E ECONOMIA