sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Objetivo da Lava Jato é prender também os corruptores

O objetivo não declarado dos policiais e procuradores federais na fase atual da Operação Lava Jato é colocar os corruptores na prisão. 

Por corruptores entenda-se os presidentes e diretores de grandes empreiteiras, como Odebrechet, Camargo Corrêa e Mendes Júnior. Essas empresas -nove ao todo, pertencentes a sete grupos- têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Também foi preso o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque. 

Dito de outra forma, eles querem "passar o país a limpo", para usar um clichê repetido por policiais e procuradores.

 

A pergunta que eles não cansam de repetir é a seguinte: por que esses executivos não são presos como os outros criminosos? Por que essa blindagem? 

Com os corruptores acuados e presos, acreditam os policiais, há uma chance histórica de a corrupção deixar de ser epidêmica no país. 

Não por acaso o modelo de investigação de muitos policiais e procuradores é a Operação Mãos Limpas, que devastou a máfia e a corrupção política na Itália nos anos 1990. 

Prender corruptores não era o objetivo inicial da investigação, centrada no que parecia ser um doleiro de província, Alberto Youssef, cujos negócios iniciais se concentravam no Paraná. 

O objetivo passou a ser as empreiteiras quando dois dos presos decidiram assinar um acordo de delação premiada: o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. 

Policiais federais não se conformam até hoje que a investigação em torno da Camargo Corrêa, na Operação Castelo de Areia, tenha sido arquivada em 2011 por decisão do STJ por causa de uma questão processual (as escutas telefônicas não foram precedidas por investigação de campo, como determina a lei). 

Todas as supostas irregularidades descobertas à época foram jogadas no lixo com a decisão do STJ. 

O dia de hoje é uma data histórica para os policiais que não se conformavam com o fim da Castelo de Areia. Não há um espírito de revanche, mas de que o trabalho foi finalmente feito. 

FOLHA

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