quarta-feira, 5 de novembro de 2014

TCU aprova paralisação de 4 obras e vai fiscalizar construções

O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou nesta quarta-feira (5) relatório que recomenda a paralisação de quatro obras públicas feitas com recursos federais e a retenção de recursos de outros cinco projetos.

Conforme a Folha antecipou, pelo segundo ano seguido, o órgão recomendou que o Congresso retenha recursos da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, devido a irregularidades identificadas em obras de terraplanagem. 

As quatro obras que o TCU sugerirá ao Congresso não enviar recursos em 2015 são a Vila Olímpica de Parnaíba (PI), o Complexo Materno de Teresina (PI), obras de saneamento na Baixada Fluminense (RJ) e a implantação da BR-448/RS.
O relatório será encaminhado ao Legislativo até amanhã. 
 
Segundo o relator, Bruno Dantas, o TCU fará, a partir de agora, além de auditoria para identificar desvios de recursos, também uma fiscalização para checar a qualidade dos projetos que forem entregues. Pare ele, essa medida será importante para melhorar a qualidade das obras públicas. 

Prevista na lei desde 1997, a paralisação das obras ou a retenção de verbas tem o objetivo de impedir desvios de recursos públicos, evitando a abertura de processo de cobrança –considerado caro e de difícil recuperação. 

Citada na operação Lava Jato, que identificou repasses de recursos das obras de Abreu e Lima para contas do doleiro Alberto Youssef, a refinaria está no Fiscobras devido a indícios de superfaturamento de R$ 69 milhões em serviços de terraplanagem. O valor total do contrato é de cerca de R$ 500 milhões. 

O relatório também mostra outros contratos dessa refinaria com problemas já apontados em outras fiscalizações do TCU, entre elas quatro contratos da Petrobras que podem alcançar quase R$ 370 milhões. 

É a quinta vez que Abreu e Lima consta em relatório do TCU sobre irregularidades. 

Em 2010, 2011 e 2012, o TCU pediu que a obra fosse paralisada. Mas o presidente Lula (2010) e o Congresso (2011 e 2012) vetaram o dispositivo e a obra prosseguiu. 

No ano passado, o TCU sugeriu e o Congresso acatou o pedido para retenção de recursos para estas obras de terraplanagem, o que impediu a liberação de R$ 50 milhões para as empreiteiras, que ficam como uma espécie de garantia de pagamento do que foi superfaturado. Se a obra sair da lista do TCU, as empresas podem receber o dinheiro de volta. 

Segundo o relator, nas fiscalizações em cerca de 500 obras realizada pelo TCU nos últimos 12 meses, foi possível reduzir o valor dos contratos em quase R$ 1 bilhão. 

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