quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Joaquim Levy promete implementar ajuste 'firme e rápido' na economia




A nova equipe econômica vai promover um ajuste "firme e rápido" na economia, evitando postergar decisões e buscando se antecipar a problemas. Esse é o relato que o novo ministro Joaquim Levy (Fazenda) tem feito a interlocutores sobre o rumo da economia no segundo mandato da presidente Dilma.

Em suas conversas sobre sua linha de trabalho, Joaquim Levy tem dito que a ideia é seguir a lógica que predomina no setor privado. "Mudou o mercado, a firma tem de se ajustar", avalia o novo ministro da Fazenda, conforme relatos, numa referência ao cenário atual da economia, de inflação alta, crescimento fraco e dificuldades de caixa. 

Ou seja, hoje não há mais espaço para adotar a face expansionista de uma política anticíclica –aquela em que o governo busca gastar os recursos que foram poupados em períodos de bonança para fazer a economia reagir em períodos de crise. 

O ajuste "firme e rápido", na visão de Levy, é a melhor forma de colocar a economia de volta aos trilhos, mas será adotado dentro da linha presidencial de "preservar a geração de emprego". 




TARIFAS REALISTAS

Dentro dessa nova filosofia, a era de controle de preços, marca do primeiro mandato de Dilma Rousseff como estratégia para tentar segurar a inflação, está com os dias contados –ainda que algum represamento de preços ainda possa ocorrer. 

A partir de agora, a ideia é trabalhar com tarifas realistas, sem usar recursos públicos para impedir reajustes. No setor elétrico, por exemplo, a orientação é para que os aumentos sejam bancados pelos consumidores. 

Nessa mesma linha, o Tesouro Nacional não vai mais recorrer a manobras fiscais para adiar pagamentos, o que tirou credibilidade da política fiscal nos últimos dois anos do atual governo. 

O novo ministro da Fazenda, que assumirá o posto no dia 5 de janeiro de 2015, confia no histórico da economia brasileira, de "reagir rápido" à adoção de medidas certas. 

Levy e seu futuro colega Nelson Barbosa (Planejamento) têm buscado deixar claro que o ano que vem será de sacrifícios sem "solavancos", porque a economia brasileira passa por um período difícil, mas não está numa crise aguda e tem condições de voltar a crescer. 

A previsão é que o país passe por um período de transição no ano que vem, quando o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ainda será fraco, mas já esboce uma recuperação mais significativa a partir de 2016. 

Para isso, a ideia de Levy e Barbosa é fazer um ajuste fiscal, entre aumento de receita e corte de despesas, da ordem de R$ 50 bilhões em 2015. Entre as medidas estão a volta da cobrança da Cide (contribuição para regular preços de combustíveis), aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre importados e mudança na tributação de cosméticos. 

O tamanho exato do pacote ainda está em discussão e vai depender da real situação das contas públicas quando a nova equipe assumir. 

E ele será seguido de uma segunda etapa, de bloqueio de gastos do Orçamento da União de 2015, que pode superar os R$ 50 bilhões. 

Essa decisão final será tomada apenas no próximo ano, depois de o Congresso aprovar o Orçamento da União do ano que vem.

A votação do Orçamento em plenário não acontecerá neste ano.

CREDIBILIDADE 

Em suas avaliações sobre a economia no segundo mandato, Levy mostra a preocupação em recuperar a credibilidade da política econômica. Segundo tem confidenciado, o "momento é de formar e orientar as expectativas". 

Ele acredita que, fazendo isso, a "economia tende a funcionar direitinho". Sem a necessidade de fazer mágicas ou adotar medidas econômicas extremas. Para isso, tem dito a parlamentares que precisará do apoio deles. 

FOLHA

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