domingo, 30 de agosto de 2015

Boneco inflável de Lula reaparece em SP e causa confronto entre militantes


Brasil em crise



BRUNO FÁVERO
GUSTAVO URIBE
DE SÃO PAULO
30/08/2015 12h23 - Atualizado às 15h49

Depois de sofrer um ataque e ser rasgado na sexta (28), o Pixuleko, boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário, reapareceu neste domingo (30) consertado e com esquema de segurança reforçado.

Cinco seguranças e um gradil foram contratados por cerca de R$ 2.000 e levados para isolar o boneco do público na avenida Paulista.

"Se a gente não fizer isso a petralhada ataca de novo", afirmou Carla Zambelli, líder do movimento Nas Ruas.

Mas não adiantou. Por volta das 13h, manisfestantes pró-Dilma foram ao local e gritaram pedindo que o boneco fosse retirado. Alguns chegaram a trocar socos com opositores do governo antes de serem separados pela Polícia Militar.

Depois da intervenção da PM, os dois grupos passaram a se xingar e alternar gritos de guerra. No microfone, Heduan Pinheiro, do Movimento Brasil Melhor, pediu que os apoiadores do governo se manifestassem em outro local.

"Não queremos conflito, estamos só protestando contra a corrupção. De quiserem, façam um boneco gigante meu também e vão protestar".
Boneco inflável de Lula
Fabio Braga/Folhapress
Manifestantes inflam boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário, em ato contra o governo na av. Paulista
  
"Vai gritar isso em Osasco", responderam os apoiadores do governo, em referência à chacina que deixou 19 mortos na cidade e, suspeita-se, pode ter sido promovida por policiais.

Depois do encerramento, os presentes continuaram discutindo separados pela PM.

CONSERTO

Segundo o Movimento Brasil, responsável pela elaboração do boneco inflável, o conserto de "Pixuleko" teve um custo de R$ 200.

O Pixuleko foi inflado na altura da alameda Ministro Rocha de Azevedo, na frente do prédio onde funciona TCU (Tribunal de Contas da União) em São Paulo, para pressionar o tribunal a agilizar a análise de supostas irregularidades na conta do governo Dilma em 2014.

Líderes dos movimentos pró-impeachment também recolhiam assinaturas para um manifesto contra a corrupção.

Em uma tentativa de transformar a alegoria de plástico em um símbolo dos protestos contra o governo federal, os movimentos pró-impeachment mandarão fazer, a partir da semana que vem, miniaturas do "Pixuleko", como chaveiros e bonecos.

"A intenção é torná-lo definidamente o símbolo da nossa insatisfação com os corruptos", disse Ricardo Honorato, do Movimento Brasil, responsável por tornar "Pixuleko" famoso em protesto em Brasília.

Na capital federal, com o sucesso do boneco inflável, a artesã Elizabete dos Santos, 32, tem ganhado dinheiro com reproduções da personagem das manifestações.

Nas últimas duas semanas, ela vendeu 25 miniaturas feitas sob encomenda. "Comecei a fazer depois que amigos e clientes, que participaram do protesto do dia 16 de agosto, se mostram interessados na imagem do boneco", disse.

TRILHA SONORA

Para animar os manifestantes, que se aglomeravam em torno do boneco e em cima da ciclovia da Paulista, a organização providenciou um alto falante que era usado para fazer discursos contra Dilma e Lula e tocar músicas diversas.

A trilha sonora foi do hino brasileiro a adaptações de músicas famosas.

"Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer", trecho de "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré, virou " Dilma vai embora, o Brasil não quer você. Leva junto o Lula e os vagabundos do PT".

A letra de "Faroeste Cabloco", da Legião Urbana, foi modificada para criticar o escândalo na Petrobras. Os organizadores se revezavam no microfone para cantar junto com as gravações.

MINISTRO VAIADO

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi cercado e xingado na avenida Paulista, na manhã deste domingo. Ele fazia uma caminhada junto com um amigo, que estava de camisa vermelha, e foi reconhecido por manifestantes.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

POLÍTICA E ECONOMIA