sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Líderes partidários batem boca sobre investimentos de fundo de pensão

Líderes partidários discordaram e chegaram a bater boca sobre suspeitas de investimentos de risco e má gestão no fundo de pensão dos servidores da Caixa Econômica Federal, o Funcef. O presidente do fundo, Carlos Alberto Caser, presta depoimento sobre o tema há quase cinco horas na CPI dos Fundos de Pensão.

Os líderes do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), e do PHS, Marcelo Aro (MG), afirmaram que não há mais dúvidas sobre a ingerência política do Partido dos Trabalhadores nas decisões do Funcef, que levaram a um deficit de R$ 5,5 bilhões nas contas do fundo.

Os parlamentares de oposição lembraram que o presidente do Funcef é filiado ao PT, que, segundo eles, teria influenciado o investimento do fundo em ativos de risco para beneficiar projetos do interesse do governo federal. Eles chegaram a defender o afastamento imediato de Caser do cargo. “Em um país sério, o senhor não ficaria nem mais um dia à frente do Funcef”, disse Bueno.

Já a vice-líder do PT, deputada Érika Kokay (DF), criticou o que chama de “criminalização do PT”. “Não há sequer um auto de infração contra o senhor Caser. Seu pedido de afastamento está sendo feito apenas por ele ser afiliado ao PT. É preciso tirar esse discurso de ódio contra o PT para que a CPI consiga encontrar a solução para que a gestão dos fundos seja mais eficiente e garanta os benefícios para os servidores”, afirmou a deputada.

Kokay acrescentou que o perfil dos investimentos do Funcef é de longo prazo e que muitos deles terão o devido retorno financeiro. A deputada ressaltou ainda que, de 2003 em diante, o patrimônio do fundo subiu de cerca de R$ 9 bilhões para os atuais R$ 55,6 bilhões.

Doação

Os ânimos se acirraram ainda mais quando o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) levantou questão de ordem sobre a participação de Kokay na audiência pública da CPI. Durante o depoimento, Carlos Alberto Caser admitiu ter doado, como pessoa física, R$ 13 mil à campanha da deputada petista.

Érika Kokay lembrou que é bancária e afirmou que grande parte das doações de sua campanha veio, de forma transparente e legal, de doações de colegas de profissão, como é o caso de Caser. “Tenho orgulho de ter a minha campanha financiada por pessoas físicas”, complementou a deputada.

Kokay recebeu a solidariedade do vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que se disse “indignado” com as críticas à atuação da deputada.

Em virtude da longa duração do depoimento de Carlos Alberto Caser, o presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), adiou para a próxima semana o depoimento do presidente da Previ (fundo de pensão dos servidores do Banco do Brasil), Gueitiro Matsuo Genso, inicialmente previsto para esta tarde.

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