terça-feira, 25 de agosto de 2015

TSE pede investigação de empresa que recebeu da campanha de Dilma

Brasil em crise

Carlos Humberto/SCO/STF

O ministro Gilmar Mendes fala durante seu voto pela descriminalização do porte de drogas
O ministro Gilmar Mendes fala durante seu voto pela descriminalização do porte de drogas

25/08/2015 15h25

Vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Gilmar Mendes enviou nesta terça-feira (25) pedido para que o Ministério Público do Estado de São Paulo investigue uma empresa que recebeu R$ 1,6 milhão durante a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, em 2014.

Há suspeitas de "eventual ilícito" na atividade da empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME. A decisão leva em consideração um relatório que o ministro recebeu da Secretaria de Fazenda Estadual de São Paulo com informações sobre a empresa e a Focal Confecção e Comunicação Visual, que foi a segunda maior fornecedora da campanha de Dilma, recebendo R$ 24 milhões.

A Fazenda paulista informou ao TSE que a empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME foi aberta em agosto de 2014, a dois meses da eleição, e emitiu notas fiscais no valor de R$ 3,683 milhões entre agosto e setembro, sendo que R$ 1,651 milhão emitido em nome de "ELEIÇÃO 2014 DILMA VANA ROUSSEFF PRESIDENTE".

Em seu despacho, Gilmar Mendes coloca que a empresa "não apresentou registro de entrada de materiais, produtos ou serviços" e que não foi encontrada no endereço. Procurada em sua residência, a proprietária teria afirmado ainda que foi "orientada a abrir a empresa para funcionar no período eleitoral" e que o material vinha da empresa Embalac Indústria e Comércio.

O contador da empresa, Carlos Antunes, afirmou que abriu a empresa a pedido da Embalac para ser beneficiado com redução de pagamentos de impostos.

Na prestação de contas da campanha de Dilma, há registro de 29 notas fiscais referentes a serviços da Angela Maria –fornecimento de faixas, placas e estandartes, além de despesa de pessoal.

Em relação à Focal, a Fazenda de São Paulo afirmou que o documento apresenta "conclusões preliminares, pois devido ao grande volume de documentos apresentados faz-se necessário mais tempo para o aprofundamento das investigações e elaboração de relatório final".

Gilmar Mendes é relator da prestação de contas de Dilma, que foi aprovada com ressalvas pelo tribunal. O ministro decidiu deixar em aberto a prestação de contas para apurar eventuais irregularidades no balanço da petista. Na sexta (21), Mendes pediu que a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal apurem se houve crimes lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.


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