quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Responsável por imóveis da família Bittar diz não conhecer sítio de Atibaia

Ouvido pela Polícia Federal, em março, Celso Prado declarou trabalhar há 20 anos com Jacó Bittar e que visitas a bens da família não inclui Sítio Santa Bárbara, que está em nome de Fernando Bittar, mas que a Lava Jato diz ser de Lula

Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso
18 Agosto 2016 | 05h15

Responsável por cuidar das propriedades da família do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar, Celso Silva Vieira Prado afirmou à Polícia Federal que o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) – que teria sido comprado em nome do filho Fernando Bittar para uso comum com a família do amigo e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – disse à Polícia Federal que o imóvel não integrava a lista de bens sob seus cuidados.
A Operação Lava Jato considera ter provas para apontar que Lula é o dono do sítio, comprado em 2010, por R$ 1,5 milhão, e reformado em 2011 e em 2014 por duas empreiteiras investigadas por cartel e corrupção na Petrobrás, a OAS e a Odebrecht, e pelo pecuarista José Carlos Bumlai – preso desde 2015. Nesta quarta-feira, 16, ele afirmou à PF que foi a ex-primeira-dama Marisa Letícia que pediu para que ele participasse da reforma.
No dia 4 de março, quando a Lava Jato deflagrou a 24ª fase que teve como alvo Lula e sua família, a Polícia Federal ouvi o depoimento de Celso Prado. Ele estava no Sítio Bela Vista, no município de Manduri (SP), um dos locais de busca e apreensão. O depoimento foi anexado no início do mês ao inquérito que investiga a propriedade e reforma do sítio de Atibaia.
Prado disse trabalhar para a família Bittar há mais de 20 anos, como responsável por cuidar das propriedades do pai e filhos.
 
“O declarante praticamente toma conta de diversos negócios da família, representando-os junto órgãos públicos empresas privadas”, registro o termo de depoimento de Prado.
“Entre suas funções inclui-se visitas constantes as propriedades da família, dentre as quais este local onde encontra-se sendo ouvido.” Segundo ele, a propriedade em Manduri, que tem 30 alqueires de terra, onde a família cultiva eucaliptos, pertence a Fernando Bittar e sua irmã Priscila.
Sítio de Atibaia. As buscas em Manduri foram realizadas porque Bittar é investigado como suposto “laranja” da família Lula na compra do sítio de Atibaia. No mesmo diz, a propriedade quena Lava Jato diz ser do ex-presidente foi alvo de buscas e no local foram encontrados materiais do casal petista e outros elementos que reforçaram as suspeitas.
Lula será acusado formalmente como um dos “mentores” da sistemática de desvios na Petrobrás. A força-tarefa considera ter elementos de que o ex-presidente teria recebido “benesses das empreiteiras Odebrecht, OAS e outras”, ocultas na compra e reformas do sítio.
 Questionado sobre a propriedade rural de Fernando na cidade de Atibaia, o braço-direto da família Bittar disse nunca ter visitado. “Não conhece pessoalmente sítio registrado em nome de Fernando Bittar, na cidade de Atibaia, não sabendo se realmente sítio de sua propriedade.” Prado declarou que “apesar de visitar rotineiramente as propriedades da família (Bittar), tais visitas não incluem sítio de Atibaia”.
Prado mora em São Vicente (SP), onde diz cuidar “do sr Jacó Bittar”, que está com câncer.
Segundo a defesa de Lula, no caso do sítio, o imóvel foi comprado por Jacó Bittar, registrado em nome do filho e seu sócio, mas tinha como objetivo o convívio de sua família com a do ex-presidente. “


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